Com propostas novas, como a reconversão industrial, e outras recorrentes no setor automotivo, como a nacionalização de autopeças s e programa de renovação de frota, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC encaminhou documento às entidades patronais ligadas aos profissionais que representa propondo ações articuladas para a recuperação da atividade econômica e manutenção dos empregos durante e após a atual pandemia.

Dentre essas entidades estão a Anfavea, Sindipeças, Abinee (eletrodomésticos) e Abimaq (máquinas). Ao divulgar detalhes do documento entregue na terça-feira, 19, o secretário-geral do sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou que a entidade reconhece o isolamento social como a melhor medida de combate à Covid-19, mas ressalta que, ao mesmo tempo, há grande preocupação no meio metalúrgico com a economia do País.

“A economia já vinha ruim, o governo não tinha uma política econômica de retomada e agora só vemos piorar a situação porque o governo não tem medidas para o pós-pandemia, podendo ocorrer uma desindustrialização mais acentuada no País”, reconhece o dirigente sindical, defendendo como prioritário neste momento a defesa da indústria nacional.

A reconversão industrial, segundo ele, é a tentativa de usar a capacidade ociosa das empresas para produzir insumos e equipamentos no combate à pandemia num primeiro momento, com a possibilidade futura de fabricação de produtos de outros segmentos em setores que estejam operando aquém do esperado. Já há ações nesse sentido ligadas ao combate à Covid-19, como a recuperação de ventiladores pulmonares pela FCA (foto), produção de máscaras na Ford e a de respiradores na Mercedes-Benz.

Além dessa medida e das outras já citadas, a entidade também propõe a produção de máquinas e equipamentos atualmente importados, maior facilidade de acesso ao crédito e valorização da ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento.

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O secretário-geral lembra que desde o início do isolamento social, o sindicato vem discutindo com as associações empresariais e industriais os temas propostos no documento e destacou que as ações pensadas agora podem ser de grande valia para a indústria nacional ao longo prazo.

Sobre a nacionalização de componentes, o Sindicato do ABC a considera estratégica, não só para garantir a normalidade das indústrias no Brasil, mas também para a geração de novos negócios e empregos, “diante de um cenário de reorganização das cadeias de produção no mundo, somado com o dólar nas alturas”.

Já a renovação da frota, segundo lembra o secretário-geral, pode ser um grande impulsionador para o mercado. Há anos o setor discute uma ação nesse sentido, visando prioritariamente retirar os veículos velhos e poluentes do mercado e, ao mesmo tempo, incentivar a compra de produtos mais novos, a fim de criar condições para que as montadoras ampliem a venda do 0 km.


Foto: Divulgação/FCA

 

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