Apresentado pela primeira vez ao público em 2017, durante a Fenatran, o VW e-Delivery chega a uma nova etapa de sua jornada para se tornar o primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido em série no País. Em paralelo à programação do lançamento comercial, especulado para ocorrer até o fim deste primeiro semestre, a Volkswagen Caminhões e Ônibus segue com preparação e capacitação de rede de atendimento.

Parte das concessionárias precisa estar pronta, afinal, o chão de fábrica de Resende (RJ) começa a produzir o modelo com programação já acertada com a Ambev. De uma intenção de compras de 1,6 mil unidades até 2023 anunciada em 2018, 100 modelos estão confirmados para serem entregues a partir do segundo semestre.

“Será um processo gradual, até em função dos baixos volumes iniciais”, conta Nilson Nascimento, instrutor de treinamento da rede VWCO. “Também temos um caminho de desmitificação pela frente junto ao transportador, como já foi em outras etapas da evolução do transporte, casos do motor eletrônico ou da caixa de transmissão automatizada.”

Para construir um mercado, ainda de maneira prática inexistente, o modelo de oferta encaminhado pela VWCO reúne uma cadeia de soluções para construção de um ecossistema. A parceria com a Ambev foi determinante para adquirir e experiência e elaborar projeto para novo modelo negócio, no qual consta do produto às soluções de recarga passando pelo gerenciamento da bateria.

A complexidade de transformar o transporte de carga em elétrico, portanto, vai além do simples desejo de ter na frota caminhões movidos a bateria. “Estamos tratando de um veículo comercial, que precisa ser viável economicamente”, resume Nascimento. “Antes de tudo é necessário conhecimento a respeito da aplicação para entender o nível de investimento. Nosso primeiro passo será oferecer solução para uso urbano em circuitos fechados, onde as são rotas estabelecidas. Mas já temos equipes estudando aplicações mistas, com trechos rodoviários.”

É justamente o conjunto de informações da operação que determinará pontos de assistência e a estrutura necessária. No caso da Ambev, a fabricante de bebidas está construindo nas distribuidoras estações de recargas abastecidas por energia solar. Um negócio de distribuição de carga menor, por exemplo, a solução também será menos ambiciosa. “A princípio as casas da rede já capacitadas deverão receber o cliente, mas também podem ocorrer atendimentos personalizados.”

Os testes em operações reais com a Ambev na distribuição de bebidas em São Paulo reuniram argumentos capazes de fazer o transportador pensar em adotar um nova matriz energética. Até agosto do ano passado, em mais 30 mil quilômetros rodados, cerca de 6,5 mil litros de diesel deixaram de ser consumidos, um calcanhar de Aquiles nos gastos do transportador, poupando o ambiente de receber mais de 22 mil toneladas de CO2. Depois, 43% da energia utilizada no acionamento do caminhão não vem da fonte de abastecimento, mas do sistema regenerativo proveniente das desacelerações e frenagens.

Prestes a ser lançado, o e-Delivery já se encontra em produção em uma fábrica laboratório no complexo industrial de Resende, etapa de ajustes antes de ganhar definitivamente uma parte dedicada na linha de produção.

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Foto: VWCO/Divulgação

Décio Costa
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