As empresas do setor automotivo aproveitam o Dia da Mulher, comemorado neste 8 de março, para anunciar ações que miram maior participação do trabalho feminino em suas operações. Embora ainda sejam minoria na grande maioria das montadoras e demais fabricantes da área, elas têm ganhado espaço tanto nas fábricas como em cargos de chefia nas mais diferentes áreas administrativas, incluindo Finanças, Marketing, Comunicação e Recursos Humanos.

A Stellantis, por exemplo, lembrou ter assumido compromisso de chegar a 30% dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2025, anunciando que mais de 40% das contratações do ano passado nas fábricas da região foram de mulheres. A proposta para 2023 é aumentar este índice para 50%, “fazendo com que as admissões tenham igual número entre gêneros”, informa a empresa em comunicado distribuído hoje.

Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América Latina, diz que esse projeto reforça ainda mais o compromisso do grupo em adotar medidas que visam tornar a diversidade um valor real e prático para a companhia, além da promoção do empoderamento feminino no ambiente de trabalho, tanto no nível da produção quanto da gestão e liderança.

“Hoje temos 4.340 mulheres na Stellantis da América do Sul, 18,1% da nossa população total, representando 15,6% das nossas posições de produção e 25,6% das posições de staff e liderança em nossos times do Brasil, Argentina e Chile”, informa o executivo, lembrando que as mulheres das unidades da região representam, ainda, 26% dos trabalhadores administrativos e 15% da força de trabalho ligada à produção.

Do Brasil para o mundo

A Nissan, por sua vez, aproveita o Dia de Mulher para destacar passo importante que deu na América do Sul em 2021, quando assinou os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEP’s) da ONU Mulheres e o Pacto Global das Nações Unidas.

A empresa aproveitou a data para abordar a importância que as executivas brasileiras ganham no contexto global da organização, citando, entre outros exemplos, a ascensão da executiva Marisa Peres, que deixou o cargo de diretora de Compliance da Nissan América do Sul para assumir idêntico cargo para as Américas, pasando a comandar a área em todo o continente diretamente dos Estados Unidos.

“Um grande diferencial em uma carreira internacional é o suporte da família, porque, até pouco tempo atrás, a ideia de uma pessoa ser expatriada sempre estava vinculada ao homem”, comenta Marisa. “Da mulher, se esperava que fosse acompanhar e cuidar da casa. Nesse contexto, é fundamental o apoio do companheiro (ou da companheira), que também terá sua vida impactada. E isso só funciona se a empresa compreende e dá suporte com igualdade para a família das mulheres. Estamos exportando talentos do Brasil e da América do Sul e a empresa está dando todo o suporte”.

Parceria com o Senai

Na área dos fornecedores, a Michelin divulgou comunicado informando ter fechado parceria com a Firjan Senai Resende para formar a primeira turma 100% feminina de aprendizes da fábrica de Itatiaia, sul do Estado do Rio. Após a realização do Curso Técnico em Mecânica, a área de manutenção da indústria receberá 32 mulheres para aprenderem o ofício na prática.

“Fiquei surpresa quando fomos avisadas que a turma, desde o processo seletivo, seria 100% feminina. Comumente pensamos no público masculino quando se  fala em mecânica”, conta Marcelly da Silva Valeriano, de 20 anos, moradora de Resende e aluna do curso.

Na fábrica Michelin de Campo Grande (RJ), as contratações de mão de obra feminina cresceram 28% de 2021 para 2022. “Para nós, diversidade, equidade e inclusão são ativos fundamentais e traduzem nossa razão de ser. Acreditamos no crescimento que equilibra a performance, com o cuidado com as pessoas e o planeta”, explica Glauce Ferman, diretora de Comunicação e Marcas e Sponsor de Diversidade, Equidade e Inclusão da Michelin América do Sul.


Foto: Divulgação/Stellantis

Alzira Rodrigues
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