Os licenciamentos de veículos eletrificados foram da ordem de 22,5 mil unidades no primeiro bimestre, quase 10,5 mil somente em fevereiro. A comparação com os dois primeiros meses do ano passado indica evolução de expresssivos 154%, com os elétricos a bateria avançando ainda mais, 473%, para 8 mil unidades, e os híbridos somando 14,5 mil emplacamentos, 95% a mais.

Mesmo com base de comparação ainda muito pequena, esses índices sugerem consumo potencial dessas tecnologias bem acima dos 4% a 5% de participação registrados até agora.

Ainda que se considere a visível bolha no primeiro bimestre, inflada sobretudo pelo esforço das empresas de aumentarem as importações no fim de 2023 para driblar a retomada do imposto de importação em janeiro — de zero para 10% nos elétricos e de 4% para 12% nos híbridos.

Ao longo de todo ano passado, os brasileiros consumiram 94 mil eletrificados, mas somente pouco mais de 19 mil integralmente elétricos. Dos modelos movidos a bateria, a imensa maioria pertencente a duas ou três marcas, das quase duas dezenas que oferecem esses veículos aqui.

Pois esse quadro de domínio de poucas empresas nos chamados BEVs (Battery Electric Vehicles) deve perdurar em 2024 e 2025, pelo menos, ou até que grandes marcas generalistas resolvam investir pesado nesses produtos, mesmo que importados.

No primeiro bimestre, 82% dos emplacamentos foram de automóveis de apenas de duas marcas: BYD e GWM, respectivamente com 5,3 mil e 1,3 mil unidades, aponta a Fenabrave. Depois delas, a Volvo aparece com 383 unidades, seguida pela Peugeot (322 veículos) e JAC (283).

A BMW negociou 127 carros a bateria e foi a sexta e última marca a superar um centena de unidades. Abaixo dela, a Renault lidera a turma das poucas dezenas de unidades, com 69 licenciamentos apenas.

A Anfavea projeta vendas de 24 mil veículos este ano, um aumento da ordem de 30%, índice que pode ser considerado tímido para o segmento que alcançou.

A entidade que reúne as montadoras instaladas aqui talvez não tenha levado em conta ou desconhecia as projeções da BYD, potencial sua futura associada, que afirma que buscará negociar até 120 mil veículos eletrificados no País, sendo 25 mil só do recém-lançado 100% elétrico Dolphin Mini e número pouco menor do também BEV Dolphin.

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Já a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, os veículos eletrificados poderão somar 150 mil unidades em 2024, com  modelos  plug-in, que podem ser elétricos puros a bateria ou híbridos recarregáveis, respondendo por dois terços desse volume.

“O veículo elétrico já caiu no gosto do consumidor brasileiro”  diz Ricardo Bastos, presidente da entidade,  que avalia que o mercado de eletrificados seguirá em acveleração intensa mesmo com o aumento do imposto de importação.


 

George Guimarães
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