SUV compacto, com rápida aceitação, já superou a meta de 3 mil unidades vendidas por mês

Por George Guimarães

Apesar de predominarem os traços retilíneos em sua carroceria, o Hyundai Creta é o que se pode chamar de um produto redondo. É abrir a porta, apertar o botão de partida e dirigi-lo para descobrir os vários porquês de sua súbita aceitação e consequente ótimo desempenho em vendas em tão pouco tempo.

Em menos de seis meses completos de mercado foram emplacados mais de 17,3 mil unidades do modelo, a média mensal de 3 mil unidades projetada pela montadora quando de seu lançamento. Só em junho os emplacamentos superaram 3,5 mil, aponta levantamento da Fenabrave.

O resultado o colocou já como o quarto SUV mais vendido do País no primeiro semestre, com 9,5% de participação, apenas 0,2 ponto porcentual atrás do terceiro colocado, o Jeep Renegade. E detalhe importante: nenhuma unidade negociada com locadoras, como reforça Angel Martinez, diretor de vendas e marketing da montadora.

O discreto – para não dizer conservador – desenho do SUV fabricado em Piracicaba (SP) contrasta com o rebuscamento e arrojo de alguns concorrentes diretos como Nissan Kicks, Renault Captur e Honda HR-V, apenas para citar três deles. Assim já em sua primeira aparição pública no Brasil, no Salão do Automóvel de São Paulo do ano passado, transmitiu a impressão de que não deverá escapar de um face lift  em prazo não muito extenso.

Mas esse, digamos, pênalti para um produto novo não atrapalha em nada, pelo que se depura dos números de mercado. Teste drives nas revendas e a transferência da boa imagem dos Hyundai importados e mesmo do HB20, também produzido em Piracicaba e derivado da mesma plataforma do SUV, com certeza ajudam nesse sentido.

O bom e discreto acabamento interno busca mais a funcionalidade e tem a opção de revestimento em couro marrom, ainda pouco usual no mercado brasileiro

O Creta sugere qualidade de acabamento e robustez como poucos SUVs nacionais, ainda que mais caros. Os encaixes são precisos e o silêncio interno, mesmo em velocidades mais elevadas e pisos imperfeitos, chama a atenção. É um produto muito bem acertado para as sempre precárias condições das ruas e estradas brasileiras.

Novamente, a exemplo do que se vê na carroceria, as formas e soluções no interior no veículo, em especial no painel e console central, são discretas, muito mais funcionais. A versão avaliada por  AutoIndústria,  a Prestige 2.0, topo de gama, tem bancos em couro na cor marrom, algo ainda singular para o gosto médio do consumidor brasileiro.

O pacote de conteúdos de série é bem mais do que satisfatório para o segmento, sejam eles de segurança ou conforto – e vai até um pouco além da média.

Ótimo espaço interno, mesmo para os passageiros do banco traseiro

Toque a mais – Os pneus têm monitoramento de pressão, há controles eletrônicos de estabilidade (ESP), tração (TCS), partida em rampa (HAC), sistema Stop & Go de desligamento do motor no trânsito,  seis airbgas, ar-condicionado digital, chave presencial smart key, sensor e câmera traseiros, piloto automático e partida do motor por botão.

A central multimídia dispõe de tela de 7 polegadas com GPS, Apple CarPlay, Google Android Auto. O Creta tem até um conforto adicional para carros nacionais: banco do motorista com ventilação – sofisticação que denota preocupação com mercados de países com temperaturas médias elevadas.

Bom acabamento, ótimo interno e nível de conteúdo acima da média, se associam a desempenho que não deixará qualquer tradicional consumidor de SUVs insatisfeito. O motor flex de 166 cv, associado a uma caixa automática de transmissão com seis marchas, da ao modelo o desempenho que se espera para um utilitário esportivo desse porte.  Já o preço não entusiasma tanto, como também o dos concorrentes, diga-se. O consumidor tem que pagar R$ 100 mil para colocar um em sua garagem.  Vale, no entanto, a ponderação diante de  tanta oferta.


Fotos: Divulgação/ Hyundai

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