A empresa do setor elétrico EDP pretende instalar 30 novos pontos de carregamento para veículos elétricos no Estado de São Paulo. O empreendimento, que demandará R$ 32,9 milhões, conectará uma rede de 64 estações, o que dará forma a um corredor de 2,5 mil quilômetros, interligando São Paulo ao Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Florianópolis.

O projeto tem parcerias com as fabricantes de veículos Audi, Porsche e Volkswagen nos testes com seus modelos elétricos para homologação da infraestrutura, além de Siemens, ABB e Electric Mobility Brasil como fornecedoras dos equipamentos de recarg, além de instituições como o Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A EDP arcará com 80% do custo total do projeto, cabendo os 20% restantes a todos os demais parceiros.  Miguel  Setas, presidente da EDP do Brasil,  afirma que a localização precisa de cada uma das estações está sendo estudada com os parceiros. Mas a ideia é contemplar os principais corredores rodoviários, como a Imigrantes, Carvalho Pinto,   Tamoios, Dom Pedro, Régis Bittencourt, Washington Luís e Governandor Mário Covas.

“Queremos que a distância média entre eles não ultrapssse 150 quilômetros, o que garantiria tranquilidade absoluta aos usuários de carros elétricos, cuja média de autonomia já está acima de 300 ou até 400 quilômetros com uma carga”, explica Setas.

Inicialmente, a empresa não pretende cobrar pelo serviço nem mesmo pela energia. Até porque não há ainda uma regulamentação para isso.

A criação dessa estrutura, diz Setas, visa exatamente estudar o mercado e incentivar o mercado de carros elétricos  ainda incipiente no Brasil. Replica, na verdade, experiências semelhantes, mas mais modestas, como os 8 eletropostos que a EDP dispõe no Espírito Santo e outro na Rodovia Presidente Dutra entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Inaugurado em julho do ano passado, o chamado corredor elétrico Rio-São Paulo consumiu perto de R$ 1 bilhão e conta com 6 estações.  As parceiras, neste caso, foram a BMW e a rede de postos Ipiranga. Setas, porém, diz que a nova rede paulista não priorizará postos de combustíveis e nem mesmo uma bandeira, se for o caso de ter alguma estação em mais de um deles.

Palbo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, vê a iniciativa como um “divisor de águas” para o crescimento do mercado de veículos elétricos no Brasil por reunir os setores público, privado e instituições acadêmicas.

“Confio que ste projeto contribuirá muito para elevar a confiança do consumidor na compra de um automóvel híbrido ou elétrico nos próximos anos”, pondera Di Si, que  reafirmou a disposição da empresa de lançar seis carros híbridos e elétricos na América Latina até 2023, sem, entretanto. adiantar se algum deles terá produção local. O primeiro deles tem lançamento confirmado para 3 de novembro próximo: o híbrido-plug in Golf GTE, importado da Europa.

Trazer inicialmente um híbrido é, segundo Di Si, também parte do aprendizado que a marca pretende ter antes de  oferecer carros integralmente elétricos aqui. No último Salão de Frankfurt, a empresa apresentou o compacto 100% elétrico ID 3,  que na Europa custará o equivalente ao próprio Golf a combustão e é considerado um marco na estratégia mundial de eletrificação da montadora.

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O plano da rede paulista da EDP e pareceiras foi aprovado na chamada pública da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, e é considerado o primeiro e maior projeto da América do Sul de instalação de carregadores ultrarrápidos de baterias. Segundo a empresa, as primeiras estações começarão a funcionar em 2020 e conclusão da rede está prevista para daqui a três anos.

Ao todo serão 29 eletropostos de 150 kW, capazes de reabastecer 80% da bateria de um carro entre 25 e 30 minutos, e uma estação de 350 kW,  que demanda apenas 22,5 minutos para atingir o mesmo nível, além de 30 equipamentos de 22 kW. O objetivo é ter em cada ponto opções de capacidade de recarga.


 

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