No ano de imensos desafios, provocados por uma crise sanitária sem precedentes, a Iveco conseguiu fazer dos limões uma limonada mais doce, em especial no que diz respeito aos resultados no segmento caminhões.

A fabricante de veículos comerciais do grupo CNH Industrial encerrou o ano passado com mais de 5 unidades vendidas, um crescimento 30,2%, enquanto o mercado total do segmento encolheu 11,5%, para 89,6 mil licenciamentos.

Foi a única das montadoras de caminhões que atuam em todas as categorias a registrar resultado positivo, apesar dos volumes menores frente às rivais diretas, casos da Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Baseado nos números consolidados pela Anfavea, o desempenho permitiu à empresa aumentar participação no mercado para 5,7% contra fatia de 3,8% obtida no encerramento de 2019.

A empresa, no entanto, calcula 8% ao incluir no resultado os comerciais leves de 3,5 toneladas da linha Daily, uma das ferramentas importantes da companhia no ano passado.

“Foi o nosso melhor ano dos últimos cinco anos”, resume Ricardo Barion, diretor comercial da Iveco. “Apesar da pandemia e da falta de previsibilidade que provocou, as mudanças de hábitos decorrentes afetaram o nosso negócio. O e-commerce, os segmentos supermercadistas, farmacêuticos e da construção civil vieram as compras de veículos.”

Para a demanda, a Iveco estava pronta para atender com produtos novos, um projeto de reformulação no portfólio que iniciado em 2017, ocasião na qual anunciou investimento de US$ 120 milhões. De lá para cá, a fabricante incorporou na sua oferta os pesados Hi-Road, novos integrantes da família Tector, como os de 9 e 11 toneladas, além da nova Daily.

As novidades se traduziram em resultados robustos por categoria. A empresa anotou no ano passado altas de 59% nas vendas de semipesados, com 1,8 mil unidades, 280% nas de médios (460), 111% nas de leves (791) e 74% nas de semileves (397).

“Estamos sabendo aproveitar uma oportunidade. E não dá para deixar de considerar encerramento da operação da Ford Caminhões”, admite Barion. “A marca tinha participações relevantes em segmentos de leves, médios e semipesados.”

Foi entre os pesados que a Iveco não conseguiu êxito, apesar da demanda aquecida do agronegócio, o principal comprador. Os 1,6 mil caminhões da categoria vendidos pela empresa ano passado representaram uma queda de 20,9% na comparação com 2019.

“Não deixamos de colocar foco, mas ocorreu muita movimentação no segmento de pesados nos últimos anos em toda a concorrência”, observa Barion. “Há ainda espaço para crescermos, seja no cliente que não precise de tanta tecnologia, mas de um veículo eficiente, ou mesmo trabalhar no viés de combustível alternativo, o gás, por exemplo”, adianta.

O diretor comercial ainda atribui ao bom resultado a expansão da rede de concessionária, outra oportunidade facilitada pelo adeus da Ford. A Iveco encerrou o ano passado com 77 pontos, dos quais 12 abertos em 2020. Para 2021, Barion adianta já ter mais 12 nomeações negociadas.

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Foto: Iveco/Divulgação

Décio Costa
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