Apesar das dificuldades decorrentes da falta de peças e matérias-primas, a CNH Industrial tem conseguido ampliar sua produção e a oferta de produtos na América do Sul, prevendo um aumento entre 30% a 40% no seu volume de compras diretas e indiretas, que deve atingir entre US$ 1,3 bilhão e US$ 1,5 bilhão este ano, ante os cerca de US$ 1 bilhão do ano passado.

Reuniões diárias internas para planejamento da produção e encontros mensais online com a base fornecedora para avaliar gargalos e buscar soluções pontuais para mitigar os problemas que afetam a cadeia automotiva mundial têm sido decisivos para garantir a continuidade das linhas de montagem das empresas do grupo, segundo  revela Claudio Henrique Brizon, diretor de compras da CNH Industrial para América do Sul (foto acima).

“Fechamos 2020 com volume de compra similar ao de 2019, recuperando as perdas do primeiro semestre na segunda metade do ano. A recuperação em V em meados do segundo semestre de 2020 pegou toda a cadeia desprevenida, gerando a crise de desabastecimento generalizada no setor”, explicou Brizon, que participou no final da tarde desta terça-feira, 11, da premiação anual dos melhores fornecedores da CN Industrial.

Ele admitiu que tem acontecido de sair produto incompleto da linha de montagem, mas garantiu que o grupo, que contempla fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias (Case e New Holland), de caminhões (Iveco) e motores (FPT), vem fazendo de tudo para evitar que isso ocorra.

“Nós damos garantia de compra aos nossos fornecedores, o que tem contribuído para mantermos um abastecimento bem próximo ao das nossas necessidades. Internamente fazemos reuniões diárias de planejamento para evitar que um produto entre na linha sem ter todas as peças garantidas”, revelou o diretor da CNH. Ele admitiu que o grupo perdeu alguns fornecedores no período crítico da pandemia, mas disse que foi um porcentual bem pequeno.

No geral, as empresas que atendem a CNH estão operando sem ociosidade, no limite da sua capacidade. Isso vem impedindo a implementação de projeto lançado em meados do ano passado, quando foram selecionadas seis empresas brasileiras que exportariam peças para duas fábricas da CNH Industrial nos Estados Unidos e outras duas na Europa.

Segundo Brizon, o aquecimento do mercado interno acabou impedindo o andamento desse programa de incentivo às exportações. “Como a demanda interna está aquecida, os fornecedores estão priorizando o abastecimento das fábricas aqui localizadas. O pessoal lá fora está pedindo peças, mas não há produção suficiente para exportar no momento”.

A CNH tem uma base de 680 fornecedores e vem conseguindo mater um índice de nacionalização em torno de 70%. O diretor de compras comenta que projetos de nacionalização estão sempre no radar do grupo: “Há uma grande concorrência internacional e atualmente não há espaço em navios e aviões para trazer peças de fora. E quando essas ações são necessárias os preços são exorbitantes”, lembra.

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Foto: Divulgação/CNH Industrial

Alzira Rodrigues
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