A Volkswagen Caminhões e Ônibus fez oficialmente na terça-feira, 13, o lançamento comercial do e-Delivery, a versão elétrica da família de caminhões destinada a atender às operações de distribuição urbana. O modelo 100% elétrico passa a agora a ser distribuído na rede em versões para 11 e 14 toneladas de peso bruto total.

É certamente um momento importante tanto para a companhia quanto para a história automotiva brasileira. Afinal, se trata do primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido em série no País. “É uma virada de página da marca e o início de uma transformação”, resumiu Roberto Cortes, presidente e CEO da VWCO, durante o lançamento. “Uma decisão com poder de mudar o mundo.”

Projeto do e-Delivery recebeu investimento de R$ 150 milhões

O e-Delivery é um projeto que a montadora de Resende (RJ) embala desde 2017, quando apresentou pela primeira vez um protótipo em evento de tecnologia na Alemanha. Ganhou força com intenção da Ambev de adquirir 1,6 mil unidades em 2018 e apoio com o alinhamento do Grupo Traton, do qual faz parte, que pretende investir €1,6 bilhão em produtos eletrificados até 2025, além da sustentação de um investimento de R$ 150 milhões.

A oferta elétrica começa a ganhar o País aos poucos até em função de escala a partir de praças como São Paulo e Rio de Janeiro. Uma programação inicial já se destina a pedidos firmes. A Ambev, por exemplo, receberá 100 unidades até outubro. A Coca-Cola Femsa também encomendou lote de 20 e-Delivery com entregas previstas a partir de setembro e a JBS receberá uma unidade a fim de avaliar a novidade antes de se decidir por uma frota. “Outras 58 empresas estão interessadas. Estavam esperando o dia de hoje”, revelou Cortes.

O mercado brasileiro, no entanto, representa apenas uma etapa das intenções da VWCO. “O e-Delivery vai chegar aos outros países da região da América Latina, questão de tempo”, garantiu Cortes.

e-Delivery tem consultoria técnica em serviços e infraestrutura

Juntamente com o e-Delivery, a VWCO oferece um pacote de serviços ao transportador que pretende adotar a solução elétrica. O negócio envolve consultoria para avaliar perfil e necessidades da operação e, assim, determinar versão de caminhão ou frota, além de tamanho de infraestrutura.

Para o e-Delivery se tornar viável, diversas parceiras abraçaram a causa. A exemplo do modelo de produção criado para Resende, a VWCO reuniu empresas para a formação de um consórcio.

No grupo a CATL desenvolve e fornece baterias; a WEG fica por conta do motor elétrico; a Meritor fornece eixos; a Bosch é responsável por sistemas; a Moura monta e gerencia a vida útil das baterias; a Sencon ajuda na engenharia; a Siemens e ABB providenciam infraestrutura de carregamento; a GB Solar fornece solução em captação e armazenamento de energia; a Eletro entra com projeto de retrofit; e a Volkswagen Financial Services empacota tudo em financiamentos.

Investimento maior, mas baixo custo de manutenção

A complexidade de desenvolver um mercado e a inovação tecnológica que incorpora certamente não faz do e-Delivery um investimento inicial barato. De acordo com VWCO, apenas o produto chega a ser 2,5 vezes mais caro que o caminhão convencional a diesel. Argumentos para atrair o transportador não faltam.

Se apenas valorização da imagem de uma empresa preocupada com o futuro do meio ambiente e dedicada à sustentabilidade dos negócios não convencer, rentabilidade e produtividade deverão seduzir o transportador. Além de autonomia de até 250 km, mais do que suficientes para cumprir as operações de distribuição urbana, a solução elétrica proporciona significativa redução nos custos operacionais.

“A energia é mais barata que o diesel e a simplicidade do modelo, com menor quantidade peças de desgaste reduz o custo de manutenção. O investimento inicial se paga rapidamente em até cinco anos”, calcula Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-venda da VWCO.

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Foto: VWCO/Divulgação

Décio Costa
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