O projeto do Marcopolo Attivi avança e começa a ganhar a linha de produção na unidade da empresa em Caxias do Sul (RS). Após extensas fases de desenvolvimento ao longo dos últimos cinco anos, a fabricante encaminha a etapa demonstração com clientes e programa lote inicial de 130 unidades até o fim do ano.

Pela estratégia comercial da empresa, do volume planejado, dez unidades estarão a serviço de operadores de sistemas de transporte urbano de diversas cidades, 20 modelos serão produzidos para pronta-entrega e o restante por encomenda.

São Paulo deve impulsionar demanda

Ricardo Portolan, diretor de Operações Comerciais Mercado Interno e Marketing da Marcopolo, prefere ainda não revelar os destinos, mas garante que “os primeiros ônibus de demonstração seguirão para atuar nos principais do mercado País”.

Um deles certamente será São Paulo, afinal, há uma determinação da prefeitura de cumprir Lei de Mudanças Climáticas, com meta de ter ao menos 20% de elétricos na frota de ônibus até o fim de 2024, ou seja, 2,6 mil unidades.

Em horizonte que prenuncia rápido aumento da demanda por elétricos, a Marcopolo também se prepara ao dispor de capacidade para 1 mil unidades do modelo integral da marca em 2024, além de outros 2 mil ônibus fabricados com chassi elétrico de terceiros, encarroçados com a carroceria Attivi ou Torino.

Desenvolvimento de chassi e powertrain

Para Portolan, o Attivi representa um marco evolutivo na indústria e da fabricante de Caxias. “Nasce de decisão estratégica para a oferta de um produto completo, inteiramente desenvolvido pela Marcopolo em vista a atender necessidades tanto de mercados internacionais quanto do Brasil.”

Ao longo do desenvolvimento, da projeção aos testes, o Attivi acumulou mais de 7 mil horas de simulação e submetido a 70 tipos de análises. Foram fabricados seis protótipos, três deles para validações e o restante para provas de estresse, com mais de 8 mil horas em testes de durabilidade e desempenho.  Somente em campo de provas, rodou em torno de 42 mil quilômetros.

“Reinventamos a forma de desenvolver produtos, pois tínhamos o desafio de também desenvolver chassi e powertrain”, resume Maurício Gazzi, responsável pela Engenharia de Desenvolvimento e Confiabilidade da Marcopolo. “Temos ainda planejado mais 100 mil km em ambiente externo, em paralelo às demonstrações com o cliente.”

Promessa de 250 km de autonomia

O Attivi tem uma concepção diferente da habitual encontrada em ônibus elétrico. O modelo traz o motor central no meio das longarinas em vez de instalado no eixo. “É uma solução pensada para garantir mais durabilidade, especialmente em mercados como o do Brasil, nos quais dominam vias precárias e sujeitas a alagamentos”, lembra Gazzi.

O novo produto da Marcopolo, tem motor WEG de 395 Kw e torque de 2.800 Nm. As baterias, fornecidas pela CATL, ficam dispostas no teto. Promete autonomia para 250 km e tempo de recarga entre 3 h e 4 horas. Para isso, a Marcopolo homologou seis empresa fornecedoras de infraestrutura de recarga. Tem capacidade para até 90 passageiros, a depender da configuração.

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Fotos: Marcopolo/Divulgação

Décio Costa
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